VISITAS

3 de junho de 2012

GAMETOGÊNESE

As células germinativas, localizadas nas gônadas, dão origem às células sexuais ou gametas (espermatozóides e óvulos). O processo de formação dos gametas, denominado gametogênese, resulta da divisão de uma célula germinativa diplóide (2n) em célu­las haplóides (n), ou seja, células que recebem apenas um cro­mossomo de cada par de homólogos e que apresentam, então, só a metade do número de cromossomos encontrado nas células somáticas da espécie.
Além disso, por características próprias, o processo resulta na formação de quatro células diferentes gene­ticamente entre si e diferentes da célula-mãe. Esse tipo especial de divisão que reduz à metade o número de cromossomos rece­be o nome de meiose. Para que ocorra redução do número cromossômico, é necessário que aconte­çam duas divisões celulares sucessivas (as quais são chamadas de meiose I e meiose II) após uma única duplicação do DNA, que deve ocorrer durante o período S anterior à primeira divisão.
Significado da meiose:
§  Mantém constante o número de cromossomos de geração a geração;
§  Separa ao acaso os cromossomos maternos e paternos entre os gametas;
§  Possibilita a recombinação do material genético através do crossing-over.

ESPERMATOGÊNESE ou GAMETOGÊNESE MASCULINA
fonte: anatpat-UNICAMP
O início da meiose das células-mãe de espermatozóides ou espermatogônias (2n), localizadas nos túbulos seminíferos dos testículos se dá apenas na puberdade por volta dos 12 anos de idade, e permanece por toda a vida. Na puberdade, as espermatogônias, que haviam permanecido dormentes nos túbulos seminíferos dos testículos desde o período fetal, começam a aumentar de número. Depois de várias divisões mitóticas, as espermatogônias crescem e passam por mudanças graduais que as transformam em espermatócitos primários, as maiores células germinativas dos túbulos seminíferos. Em 24 dias, essas células (2n duplicado) terminam a meiose I e originam duas células denominadas espermatócitos secundários (n duplicado) que têm aproximadamente metade do tamanho dos espermatócitos primários. Nas próximas 8 horas essas células sofrem a meiose II e originam duas espermátides (n). Mais uns 40 dias são usados ainda para a maturação das espermátides em espermatozóides, em um processo conhecido como espermiogênese. A partir de 1 espermatogônia são formados, então, 4 espermatozóides.
            O processo inteiro da espermatogênese, que inclui a espermiogênese, leva cerca de dois meses. Quando a espermiogênese se completa, os espermatozóides caem na luz dos túbulos seminíferos.
As células de Sertoli, que revestem os túbulos seminíferos, sustentam e nutrem as células germinativas e estão envolvidas na regulação da espermatogênese. Os espermatozóides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são armazenados e tornam-se funcionalmente maduros. O epidídimo é um ducto alongado, espiralado, situado ao longo da borda posterior do testículo. Ele se continua com o ducto deferente, que transporta os espermatozóides para a uretra.
O espermatozóide maduro é uma célula móvel, que nada livremente, e consiste em cabeça e cauda. A cabeça do espermatozóide forma a maior parte do volume do espermatozóide e contém o núcleo haplóide. Os dois terços anteriores ao núcleo estão recobertos pelo acrossomo, organela semelhante a um capuz, que contém várias enzimas, incluindo uma importante denominada acrosina. Quando liberadas, estas enzimas permitem a penetração do espermatozóide no ovócito durante a fertilização.


OVOGÊNESE ou GAMETOGÊNESE FEMININA
 
A meiose inicia-se nas células da linhagem germinativa, ovogônias (2n) nos ovários, ainda durante a fase embrionária de forma que, no quinto mês de vida intra-uterina, todos os ovócitos que serão formados pela mulher. Essas células pré-gaméticas – ovócitos primários (2n duplicado) - permanecem em prófase I por vários anos[1], pelo menos até a fase de maturidade sexual (puberdade), que se dá por volta dos 12 anos de idade e até os 45-50 anos de idade. Quando um ovócito primário se forma, células do tecido conjuntivo (células do estroma ovariano) o envolvem e formam camada simples de células epiteliais foliculares achatadas. O ovócito primário envolvido por esta camada de células constitui um folículo primordial.
O ovócito primário cresce, durante a puberdade, as células epiteliais foliculares tornam-se cubóides e, depois, colunares formando um folículo primário. Quando adquire mais de uma camada de células foliculares cubóides, o folículo primário passa a ser denominado folículo secundário ou em maturação.
A ovulação começa com o início da puberdade, geralmente com a maturação de um folículo a cada mês, exceto quando são usados anticoncepcionais orais (pílulas de controle da natalidade). A longa duração da primeira divisão meiótica pode ser responsável, em parte, pela freqüência relativamente alta de erros da meiose, como a não-disjunção dos pares de homólogos (meiose I) ou das cromátides-irmãs (meiose II), que ocorrem com o aumento da idade materna. Os ovócitos primários em meiose I suspensa são vulneráveis a agentes ambientais como radiação.
Depois do nascimento, não se forma mais nenhum ovócito primário nas mulheres, o que contrasta com a produção contínua de espermatócitos primários nos homens, após a puberdade. Os ovócitos primários permanecem dormentes nos folículos ovarianos até a puberdade. Com a maturação do folículo, o ovócito primário aumenta de tamanho e, pouco antes da ovulação, completa a primeira divisão meiótica. Entretanto, ao contrário do que ocorre no estágio correspondente da espermatogênese, a divisão do citoplasma é desigual.
O ovócito secundário (n duplicado) fica com quase todo o citoplasma, e o primeiro corpo polar recebe muito pouco. O primeiro corpo polar é uma pequena célula não funcionante, que degenera logo. Na ovulação, o núcleo do ovócito secundário começa a segunda divisão meiótica, mas somente chega até a metáfase, quando a divisão é interrompida. Esta segunda divisão é completada quando um espermatozóide penetra no ovócito secundário e, novamente, a maior parte do citoplasma é mantida por uma das células, o ovócito fertilizado (ou ovótide). A outra célula, o segundo corpo polar degenera rapidamente. A maturação do ovócito é completada logo após a extrusão do segundo corpo polar.
Caso não haja fecundação, o ovócito morre e é eliminado na menstruação.
Há cerca de dois milhões de ovócitos primários nos ovários de uma menina recém-nascida, mas muitos regridem durante a infância de modo que, na adolescência, só permanecem não mais de 40 mil. Destes, somente cerca de 400 tornam-se ovócitos secundários e são expelidos durante o período reprodutivo. Poucos destes ovócitos (ou talvez nenhum) tornam-se maduros. O número de ovócitos que ovulam fica muito reduzido nas mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais, porque os hormônios que estas contêm impedem a ovulação.

DIFERENÇAS ENTRE GAMETAS FEMININOS E MASCULINOS
zona pelúcida e células foliculares
O espermatozóide e o ovócito secundário diferem em vários aspectos por causa de sua adaptação para papéis especializados na reprodução. O ovócito é uma célula imóvel e muito grande em comparação com o espermatozóide, que, por sua vez, é altamente móvel. O ovócito é envolvido pela zona pelúcida (material glicoprotéico amorfo e acelular) e por uma camada de células foliculares denominada corona radiata. O ovócito também tem um citoplasma abundante contendo grânulos de vitelo, que nutrem o zigoto em divisão durante a primeira semana do desenvolvimento. O espermatozóide tem pouca semelhança com um ovócito, ou com qualquer outra célula, por causa de seu citoplasma escasso e sua especialização para a motilidade.
Quanto à constituição do cromossomo sexual, há duas espécies de espermatozóides normais: 23,X e 23,Y mas há somente uma espécie de ovócito normal: 23,X.


[1] Acredita-se que as células foliculares que envolvem o ovócito primário secretem uma substância denominada inibidor da maturação do ovócito (OMI), que mantém parado o processo meiótico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário