A cromatina sexual, também conhecida como corpúsculo de Barr (identificada em 1949 por Barr e Bertram), corresponde a um dos cromossomos X que aparece condensado e geneticamente inativo nos núcleos das células somáticas. A cromatina sexual é considerada um exemplo de heterocromatina facultativa.
O comportamento diferencial dos cromossomos X foi corretamente interpretado por Mary Lyon, que na década de 60, propôs a teoria da inativação, como um mecanismo para compensar a dosagem do produto dos genes localizados no cromossomo X, uma vez que as fêmeas possuem dois cromossomos X, enquanto que os machos possuem apenas um único cromossomo X.
A inativação do cromossomo X inicia-se logo após a fertilização e completa-se ao final da primeira semana de desenvolvimento embrionário. Em qualquer célula somática feminina, a inativação é aleatória: o X inativo pode ser o X paterno ou materno. Uma vez que um dos cromossomos ficou inativo em uma célula, todas as células-filhas desta terão o mesmo X inativo. Assim, as mulheres são consideradas "mosaico" em relação à expressão dos genes do cromossomo X, pois possui duas populações de células: um em que o X paterno é ativo e outra, em que o X materno é ativo.
O material mais usualmente empregado para a visualização da cromatina sexual são as células epiteliais da mucosa oral e os neutrófilos do sangue. Embora o fenômeno de compensação de dose seja comprovado citológica, genética e bioquimicamente, a frequência da cromatina sexual em amostras dos dois tipos de células não atinge 100% dos núcleos.
Nas células epiteliais da mucosa bucal o cromossomo X condensado aparece como um corpúsculo ligeiramente ovalado e colado à face interna do envelope nuclear.
No esfregaço de sangue, a cromatina é visualizada nos neutrófilos polimorfonucleares sob a forma de um corpúsculo arredondado, preso a um dos lobos do núcleo por um pedúnculo, sendo denominado baqueta.
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