O sexo genético de um embrião é estabelecido na fertilização. Porém, para algumas crianças neonatas, a determinação do sexo é difícil ou impossível, pois a genitália é ambígua, com anomalias que tendem a torná-la parecida com a do sexo cromossômico oposto. Tais anomalias podem variar desde a hipospadia branda nos homens (a uretra abre-se abaixo do pênis ou no períneo) a um clitóris aumentado nas mulheres.
São denominados hermafroditas, os indivíduos que possuem tanto o tecido ovariano como testicular.
Os pseudo-hermafroditas têm tecido gonadal de apenas um sexo.
Tais problemas não indicam necessariamente uma anomalia citogenética dos cromossomos sexuais, mas podem ser devido a genes autossômicos ou ainda a causas não-genéticas. A determinação do cariótipo da criança é uma parte essencial do diagnóstico.
Hermafroditismo verdadeiro (46,XY / 46,XX)
Os afetados apresentam tecido ovariano e testicular em diferentes gônadas ou na mesma (ovoteste). Em geral têm útero. O ovoteste, quando presente, localiza-se preferencialmente na cavidade abdominal e o testículo na bolsa escrotal ou na região inguinal. A genitália externa, apesar de ambígua, é claramente mais masculina que feminina. Mais ou menos 30% dos casos têm anomalias cromossômicas, como quimerismo (indivíduo que se formou a partir da fecundação de dois óvulos diferentes por dois espermatozóides diferentes). As células com números anormais decorrem de erros na separação dos cromossomos, ocorridos nas primeiras divisões do embrião.
Raramente o diagnóstico é realizado na infância. Os afetados são geralmente criados como homens. Na puberdade, 80% dos pacientes desenvolvem ginecomastia e cerca de metade menstruam. Apesar de ocorrer ovulação, os indivíduos são estéreis. Não ocorre espermatogênese.
Pseudo-hermafroditismo masculino (46, XY)
Os afetados apresentam tecido ovariano e testicular em diferentes gônadas ou na mesma (ovoteste). Em geral têm útero. O ovoteste, quando presente, localiza-se preferencialmente na cavidade abdominal e o testículo na bolsa escrotal ou na região inguinal. A genitália externa, apesar de ambígua, é claramente mais masculina que feminina. Mais ou menos 30% dos casos têm anomalias cromossômicas, como quimerismo (indivíduo que se formou a partir da fecundação de dois óvulos diferentes por dois espermatozóides diferentes). As células com números anormais decorrem de erros na separação dos cromossomos, ocorridos nas primeiras divisões do embrião.
Raramente o diagnóstico é realizado na infância. Os afetados são geralmente criados como homens. Na puberdade, 80% dos pacientes desenvolvem ginecomastia e cerca de metade menstruam. Apesar de ocorrer ovulação, os indivíduos são estéreis. Não ocorre espermatogênese.
Pseudo-hermafroditismo masculino (46, XY)
Além dos distúrbios de formação do testículo durante o desenvolvimento embriológico, as causas do pseudo-hermafroditismo em pessoas 46,XY incluem anomalias de gonadotrofinas, erros inatos da biossíntese e do metabolismo de testosterona e anomalias das células-alvo de andrógenos.
Existem várias formas de insensibilidade androgênica que resultam em pseudo-hermafroditismo masculino. Um exemplo é a deficiência de 5α-redutase. A enzima responsável por converter o hormônio masculino testosterona na forma ativa diidrotestosterona. Esta condição autossômica recessiva resulta em feminilização da genitália externa dos homens afetados. Embora o desenvolvimento testicular seja normal, o pênis é pequeno e há uma vagina em fundo cego. A atribuição do sexo pode ser difícil.
Outro distúrbio bem estudado é uma síndrome ligada ao X recessiva conhecida como síndrome de insensibilidade androgênica (antes conhecida como feminilização testicular). Neste distúrbio, as pessoas afetadas são cromossomicamente masculinas (cariótipo 46,XY), com genitália externa feminina aparentemente normal, com vagina em fundo de saco, sem útero ou tubas uterinas (ocorre em cerca de 1 em 20.000 nativivos). 0s pelos axilares e pubianos são raros. Os testículos estão presentes no abdômen ou no canal inguinal, onde às vezes são confundidos com hérnias.
Existem várias formas de insensibilidade androgênica que resultam em pseudo-hermafroditismo masculino. Um exemplo é a deficiência de 5α-redutase. A enzima responsável por converter o hormônio masculino testosterona na forma ativa diidrotestosterona. Esta condição autossômica recessiva resulta em feminilização da genitália externa dos homens afetados. Embora o desenvolvimento testicular seja normal, o pênis é pequeno e há uma vagina em fundo cego. A atribuição do sexo pode ser difícil.
Outro distúrbio bem estudado é uma síndrome ligada ao X recessiva conhecida como síndrome de insensibilidade androgênica (antes conhecida como feminilização testicular). Neste distúrbio, as pessoas afetadas são cromossomicamente masculinas (cariótipo 46,XY), com genitália externa feminina aparentemente normal, com vagina em fundo de saco, sem útero ou tubas uterinas (ocorre em cerca de 1 em 20.000 nativivos). 0s pelos axilares e pubianos são raros. Os testículos estão presentes no abdômen ou no canal inguinal, onde às vezes são confundidos com hérnias.
Embora os testículos secretem andrógenos normalmente, há uma falta de resposta do órgão-alvo aos andrógenos pela ausência de receptores nas células apropriadas.
Pseudo-hermafroditismo feminino (46, XX)
Os pseudo-hermafroditas femininos têm cariótipos 46,XX com tecido ovariano normal, mas com genitália externa ambígua ou masculina.
O pseudo-hermafroditismo feminino em geral se deve a hiperplasia adrenal congênita, um distúrbio autossômico recessivo que surge de defeitos específicos em enzimas do córtex da adrenal (ou supra-renal) necessárias à biossíntese de cortisol, resultando na virilização de crianças femininas. O desenvolvimento ovariano é normal, mas a produção excessiva de andrógenos causa masculinização da genitália externa, com aumento do clitóris e fusão labial para formar uma estrutura similar à bolsa escrotal.
Embora qualquer uma das várias etapas enzimáticas possa estar defeituosa na hiperplasia adrenal congênita, o defeito mais comum é a deficiência da enzima 21-hidroxilase (ocorre em 1:12500 nascimentos). A deficiência de 21-hidroxilase bloqueia a via normal de biossíntese, causando a hiperprodução dos precursores, que são então desviados para a via de biossíntese de andrógenos.
Enquanto as meninas com deficiência de 21-hidroxilase nascem com genitália ambígua, os meninos afetados têm genitália externa normal. Dentre os pacientes com essa deficiência 25% têm o tipo virilizante simples e 75% têm o tipo com perda de sal, que é clinicamente mais grave e pode levar à morte neonatal.
Embora qualquer uma das várias etapas enzimáticas possa estar defeituosa na hiperplasia adrenal congênita, o defeito mais comum é a deficiência da enzima 21-hidroxilase (ocorre em 1:12500 nascimentos). A deficiência de 21-hidroxilase bloqueia a via normal de biossíntese, causando a hiperprodução dos precursores, que são então desviados para a via de biossíntese de andrógenos.
Enquanto as meninas com deficiência de 21-hidroxilase nascem com genitália ambígua, os meninos afetados têm genitália externa normal. Dentre os pacientes com essa deficiência 25% têm o tipo virilizante simples e 75% têm o tipo com perda de sal, que é clinicamente mais grave e pode levar à morte neonatal.